Algo Notável
Poema escrito no dia 1 de janeiro até o dia 2, lá em Boraceia, no litoral norte , onde temos uma casa faz muitos anos, e sempre que dá, passamos o ano novo lá. Gosto muito dalí, e me tráz ótimas lembranças, de bons tempos que passamos alí, com a família reunida, e minha mãe viva e ao nosso lado. O meu irmão Ricardo, também falecido, fazia um vinagrete para a gente comer com uma costela de boi que ele mesmo preparava. São os bons tempos que não voltam nunca mais. Mas, ficam os poemas, que assim como as flores, se acabam.... mas a lembrança fica, e essa levamos com a gente para a outra vida......
Pense no silêncio....... rastejando..... em silêncio
Algo Notável
Havia algo em mim,algo notável
Que me dizia sim ao criar
E desse marco inefável
Dizia sim, liberto embalar
E dos cânticos fiz emergir
A vontade inerte de saudar
Bondade pétrea vê surgir
Dos sentimentos puros brotar
E de todos em que
Se fez semente sol de outrora
Nostálgica nem sei porque
Calas tolo riso de agora
Irás ver o seu porvir
Brota da hera que é vencida
Que de tão vaga irá fluir
Do sobre salto da deusa perdida
Sagas! Iras! Cruz de pau !
Sangrou no ventre vencido
E em poder de mau arau
Sentiu o ventre cru e despido
Guerras, que se foram duas
para que mais destruição
se queres vivas almas cruas
então ao poder dêem-se as mãos
Ó vagas lembranças de tal
Sagas do homem que riu
O roio e...
Partiu...
Por ser imortal
Despiu
O cálice cinzento
E sorrateiro
“peso ungüento”
Punho cego de algo
Ou algas de brilhos
Ou estribilhos
Sai agora toda a vibração
Por gotas saudosas e quimeras
Em relvas das selvas do coração
Hasteia-se as todas bandeiras
Manchadas por uma mágoa
Que ao mundo todo uno a de tua saga
Todas manchadas por uma mágoa
De risco, vermelho é sua saga
E o mar verde teu sangue tingiu
Caos e caos ao triste holocausto
Corpos boiando e castiçal exalto
E todas vidas mi’alma extinguiu
Bálsamos decassílabos que ruiu
Ponte de cristal que de tal leu
De fio de prumo que a bruma
Nó existiu...
Só de pão de ló
Que do pó
Brilhou o nó
Em espuma que é o leu
Que sucumbiu...
III
Creio em corpos solenes
De amalgamas em prismas
E em credos de sinas
Nóias, reios, amenas
Amendoeiras sorrateiras
Prateleiras de lírios
Inespúgnos e ígneos
Pungente lírio nó
Esfacela-me a carne
Que arde a cerne
E o epiderme
Que mal cerne
Homem só
De lírio nó
Insano pó
Humano...
IV
Ias ao desespero da ambigüidade
Fluir exalto ao solo em desatino
Bailar em sua castidade
Um tom certo em louco hino
Ias ver a transparência sincera
Fluir cânticos que a brisa tange
És tu mendigo ou menino?
Ígnea voz de longe range
Cáucaso milenar!Cristal de Busca!
Ornículo pássaro de rapina
Tal como bruma, abruma a busca brusca
Perene ao karma que voa a loa e em sina
Inerte condição de procura injusta
Por buscas e sementes de agora
Crisálidas balsâmicas, metamórficas
Amoras...
E o véu que cobre o fel
Quão tão denso quanto o mel
Rol de crisóis que emana o âmbar
Cristal incálido que ruge
Por relvas de heras antigas
Margaridas esquecidas
Por outrem
Do outro pássaro
Que se foi
Também...
O joio calcou semente ao solo
E o ventre que calou
Confuso e tranqüilo
Semente fértil surgiu
Na hera
Que do joio fez morada segura
Tranqüilo joio e fértil
Amor de flor
Brotou e floriu
Virou pó...
21/8/84
O que é o joio e o que é o trigo,
é um umbigo que tenho nojo,
ou estou a toa na boca de loa...
30/9/07 – Boracéia/SP
Que me dizia sim ao criar
E desse marco inefável
Dizia sim, liberto embalar
E dos cânticos fiz emergir
A vontade inerte de saudar
Bondade pétrea vê surgir
Dos sentimentos puros brotar
E de todos em que
Se fez semente sol de outrora
Nostálgica nem sei porque
Calas tolo riso de agora
Irás ver o seu porvir
Brota da hera que é vencida
Que de tão vaga irá fluir
Do sobre salto da deusa perdida
Sagas! Iras! Cruz de pau !
Sangrou no ventre vencido
E em poder de mau arau
Sentiu o ventre cru e despido
Guerras, que se foram duas
para que mais destruição
se queres vivas almas cruas
então ao poder dêem-se as mãos
Ó vagas lembranças de tal
Sagas do homem que riu
O roio e...
Partiu...
Por ser imortal
Despiu
O cálice cinzento
E sorrateiro
“peso ungüento”
Punho cego de algo
Ou algas de brilhos
Ou estribilhos
Sai agora toda a vibração
Por gotas saudosas e quimeras
Em relvas das selvas do coração
Hasteia-se as todas bandeiras
Manchadas por uma mágoa
Que ao mundo todo uno a de tua saga
Todas manchadas por uma mágoa
De risco, vermelho é sua saga
E o mar verde teu sangue tingiu
Caos e caos ao triste holocausto
Corpos boiando e castiçal exalto
E todas vidas mi’alma extinguiu
Bálsamos decassílabos que ruiu
Ponte de cristal que de tal leu
De fio de prumo que a bruma
Nó existiu...
Só de pão de ló
Que do pó
Brilhou o nó
Em espuma que é o leu
Que sucumbiu...
III
Creio em corpos solenes
De amalgamas em prismas
E em credos de sinas
Nóias, reios, amenas
Amendoeiras sorrateiras
Prateleiras de lírios
Inespúgnos e ígneos
Pungente lírio nó
Esfacela-me a carne
Que arde a cerne
E o epiderme
Que mal cerne
Homem só
De lírio nó
Insano pó
Humano...
IV
Ias ao desespero da ambigüidade
Fluir exalto ao solo em desatino
Bailar em sua castidade
Um tom certo em louco hino
Ias ver a transparência sincera
Fluir cânticos que a brisa tange
És tu mendigo ou menino?
Ígnea voz de longe range
Cáucaso milenar!Cristal de Busca!
Ornículo pássaro de rapina
Tal como bruma, abruma a busca brusca
Perene ao karma que voa a loa e em sina
Inerte condição de procura injusta
Por buscas e sementes de agora
Crisálidas balsâmicas, metamórficas
Amoras...
E o véu que cobre o fel
Quão tão denso quanto o mel
Rol de crisóis que emana o âmbar
Cristal incálido que ruge
Por relvas de heras antigas
Margaridas esquecidas
Por outrem
Do outro pássaro
Que se foi
Também...
O joio calcou semente ao solo
E o ventre que calou
Confuso e tranqüilo
Semente fértil surgiu
Na hera
Que do joio fez morada segura
Tranqüilo joio e fértil
Amor de flor
Brotou e floriu
Virou pó...
21/8/84
O que é o joio e o que é o trigo,
é um umbigo que tenho nojo,
ou estou a toa na boca de loa...
30/9/07 – Boracéia/SP
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