Meus verbos são meus estandartes

Há muito tempo que andei pelos caminhos da solidão. Sempre tive paz mas repleta de ansiedade. Transcendi meus sentimentos. Somos como sopros ao vento, mugindo como relâmpagos loucos exitando a alma e panfletando o coração com o destino. Meus verbos são meus estandartes, meu alvorecer de poeta desflama a teia da aranha ruidosa ao vento sorrateiro. Agora uma chuva cai ligeira por sobre o homem que vagueia pelos longinquos verbos. Por onde andam as ramadas que outrora falei? Como ouvir o canto da serpente de clama?
Tenho dentro do peito a canção que ecoa a loa de um estandarte qualquer. Mas, meus verbos são meus estandartes. Minha alma vaga por sobre um alicerce tupiniquim desviando dos pingos largos de uma chuva passageira, só pra ver os passaros do agreste cantarem um plim plim quase cósmico.
As gotas caem violentamente por sobre o nylon de minha barraca fincada na praia de Camburi no dia 6/8/82, numa tarde quase ensolarada, porem com núvens que bloquearam o sol e gotas que caem como flexas no nylon da minha barraca azul e desbotada, que um turista louco tropeçou e arrancou o meu espek com o pé e caiu. Mas os ventos são livres e se vão além do mar de Cambury com ilhota e casa na ilhota, em ruinas. São flâmulas soprando a infinita canção pelos ventos embriagantes da paixão. As flores tremem com essa paixão deixada pela canção. Quais são meus anseios e pensamentos sorrateiros que persistem nos pensamentos que são verbos perfeitos como gotas que fluem de um córrego que se esvai.
Ondes estás criatura? Em que planeta repousas? Em que leito velejas...
Em que mar vagas? O que procuras? Alguem? Ninguem...
Surgiu assim tão derrepente..... e se foi rapidamente.... onde estás.....

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texto antigo, da época que acampávamos na praia de Cambury no litoral Norte, antes de se tornar a praia burguesa de hoje

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