ARTE, AGERE, AÇÃO, CRIAÇÃO

Criar é deixar no criado, parte do criador. A arte é manifestação, quando existe o artista. O criador é ordenador da atividade momentânea. O artista começa com a visão, e a mente se encarrega do resto. A visão é criação. O criador é visionário, pois a pintura de uma rosa deve seguir a autenticidade da natureza, e isso é impossível. Representar a água corrente, as ondas do mar, o vento nos cabelos, é a busca impossível do artista. A arte fala por si própria, e o artista é o mediador entre a natureza e a criação. Somente poderemos, nós artistas, representa-la, quando pararmos o tempo. A procura da verdade, é observar o vento e as margens da estrada a qual caminhamos. A arte é a elaboração de imagens segundo a nossa visão interior. O objeto desenhado deve seguir uma compilação pré- concebida, porem, propor a expressão plástica modificadora deste temperamento. A expressão deve possuir ritmo, ser criadora, manter combinações possíveis e impossíveis, ser reguladora da expressão e evocar o resultado de uma série de expressão e evocar o resultado de uma pesquisa anterior. Projetar uma amálgama de cores com o equilíbrio das formas, criando uma harmonia em relação ás linhas e as formas de uma forma compensadora ao espaço linear. Como a arte copia a natureza, na medida em que a obra possua em sua natureza intima a grande inspiração que ela dá . O amor é a inspiração de toda a criação.
Durante anos, o olhar sobre a civilização, buscou representar no processo linear, uma forma de demonstrar a capacidade humana sob a perspectiva tida como “artificialis’. A antropomorfia ilusionista de seguir as leis objetivas e iludir a formação humana com representações gráficas foi representada em uma época de teorias euclidianas , fiel a nossa realidade visível, porem, uma visão surrealista da natureza, segundo o olhar. Todo este sistema de metamorfose do espaço, propunha a esta realidade pictórica e projeção desse campo, em pleno equinox, voltado a nova era. Nossa imagem obtida através deste processo tem de ser compensadora. A relação de tempo e espaço segue essa linha de projeção do pensamento. Nosso espaço bidimensional torna-se tri, e essas linhas invisíveis, torna-se a nossa representação.
Em pleno renascimento, a perspectiva “artificialis” possui uma representação absoluta e fiel. Os que a seguiam, obtinham dessa estrutura pré-concebida uma representação adequada, à forma de expressão conhecida como reestruturadora do espírito humano. A visão de um ponto único e fixo em sua simplicidade, a razão ideológica seguia uma tradição cultural de manter uma identidade segundo este sistema. Toda essa perspectiva, proposta desde o renascimento, aparecia como um momento, numa ruptura do processo pré-suposto, para tornar-se uma representação gráfica adequada aos padrões momentâneos. Buscamos no passado o nosso alicerce do futuro. O ângulo visual do observador nos leva a um exato momento a qual ele foi ultrapassado. O campo visual é a última barreira para o espírito. Segui-lo, é uma trajetória mais complexa.
Toda experiência artística é movida pela percepção. E toda percepção é criação. Compreender a criação é ter consciência do tempo e do espaço desta criação, e uma maneira simplista de absorver o método, tendo-se a arte como um fenômeno cultural, abrangente e verdadeira.
A técnica de criar formas; a significância da arte em si, a ação, o “agêre”, a arte. Desde as descobertas artísticas das cavernas subterrâneas de Lacroix, que possuía a forma de um pássaro, até a primeira viagem astral, feita nesta mesma caverna, o homem observava um pássaro, uma estrela, ou qualquer outro objeto estelar, até o nosso tempo agora, repleto de estruturas características, de momentos pictóricos, ordenados e seqüenciados, que se colocam como mediadores de tensões e da vitalidade inerente do artista.
O animal e suas qualificações, os cavalos com a sua representação, o animal ancestral e a visão antagônica do homem condicionado ao caráter majestoso destes animais, a presença da luz, a magia funcional dos pequenos seres aos grandes seres, exerceu um fascínio e a ligação com os processos segmentados da alma. Fragmenta-los e disseca-los, organiza-los perante a luz, como uma imagem digna de sua grandiosidade, requer ao artesão, ao artista ordenador, compreender a vida , a magia funcional e a compreensão da arte em si.
O prazer de observar um vaso chinês de uma dinastia antiga, uma madona do século XIII, e identificar essa visão espacial , é representa-la com um caráter simbólico e ilusionista. Os símbolos se explicam por si próprios. A concepção de arte boa ou ruim, é contextual para uma avaliação. Os corpos avaliados tomam o espaço físico, e a matéria, o nosso motivo pictórico, retomando a linguagem da arte. A experiência espacial é única. A experiência cultural é diferenciada e individualmente metódica, repleta de experiências prazerosas, afetivas e biológicas. O meio em que vivemos é a nossa compreensão. Criando as imagens para a nossa observação, o espaço se torna mediador entre a experiência e a expressão. É assim que damos uma conotação em todas as linguagens. O nível verbal incorpora a transmissão da experiência interpretativa das imagens. Compreensão: com=junto; prender=ligar; uma coisa á outra. “Por”: compor, expor, transpor, dispor, su(b)por, impor, etc.
O prefixo esclarece o sentido, e estas coisas são aglomeradas e separadas segundo essa ação. A linguagem unicamente voltada aos termos espaciais e as artes plásticas. Diz ela: olhe para mim, siga para lá! A forma significa estrutura, organização e ordenação. Perceber as formas é delimitar, reestruturando os conceitos. Os intervalos possuem sua representação, quer no espaço das figuras ou nas suas qualidades. As tensões espaciais representam as tensões de nossos sentimentos. A linguagem é antiexpressiva. A arte representa a expressão de valores originário do modo de viver e de conceber a natureza.
Não há expressões formais para dar um significado para a arte, em um conceito primordial. Arte, é uma palavra originária de um antigo modo expressivo, que quer dizer “agere”, ou agir. Exprime textualmente a expressão da arte em sua raiz. A sinceridade desta expressão, em seu conteúdo de manifestação, ocorre nos artistas, no caso, citaremos Rubens, retratando seu filho, ou Dürer sua mãe, origem de expressão plástica, primordial a sua essência.
Que razão faria o artista modificar o que observa? Necessidade de criação? De expandir seus conhecimentos? Porque retratar a natureza com o mais próximo da realidade possível? No impulso para o alto, eleva os olhos para o céu e vislumbra seu estado de monotonia humana. Não existe maior bloqueio, do que a arte preconceituosa, limitada e escassa. Não é fácil liberar a nossa noção de tempo e de espaço, indo ao sem limites. Não é fácil observar o artista intimado em sua obra, criando esboços e dominando a técnica. É possível ver o artista vivendo suas obras, sentindo-as com o coração, crendo numa expressão de beleza pictórica.
Na harmonia das formas a meticulosidade é importante, pois é aí que a diferença tonal se manifesta. O equilíbrio se resume a partir da temática variada do artista, utilizando matizes multicoloridas, reflexo de uma realidade externa, consciente de seu microcosmo íntimo. A harmonia do artista é o caminho, trilhado no limite de sua vida, trajada de arte e concebida com suas próprias leis. A complexidade e afinidade pela arte, determina o aspecto infinito, para que ela expanda em seus trilhões de segmentos, cores e temáticas explosivas. Nunca se termina em arte, pois ela é sempre o começo, a “gênesis” de um coração transmutando sentimentos e expressões pictóricas. Devemos criar nosso espaço a partir de um ponto. Comum, determinado e exato em sua temática, arte sobrepondo arte, e vida sobrepondo morte. Necessidade de arte é expandir este ponto, tendo consciência de todos os pontos, formas cores e universos. A arte é carisma, é vanguarda e pensamento liberto e expansão do ser. Todos devem expandir e exprimir a sua cultura, sem preferências individuais mas com um objetivo. Uma madona de Rafael nos atrai mais do que uma Síbia de Miquelângelo, cada qual com suas qualidades e estruturas formais discretas. É falso que se possa emitir um juízo em suma, sem escutar a voz interior. Como a vida e a natureza se encontram numa pintura, a experiência de vida e da natureza, compreendem os valores da arte.
A autenticidade do artista, e sua concepção do belo se identifica com o ideal de sua imaginação artística. O exercício crítico refina o estilo, por razões diferentes das que evocam. A sensibilidade reage a natureza, no caso de pintarmos uma folha, quanto a profundidade, linhas e cor, intensidade da luz, tudo o que corresponde o motivo e o seu meio, tal com um exercício útil e necessário ao crítico. Toda técnica é utilizada à maneira que o artista determinar. As técnicas são infinitas, e a erudição, em gênero de cultura, requer seriedade coerente á crítica. Gêneros críticos são variados. A crítica examina o tema, cores formas e linhas, tidos com obra de arte. Com isso, o sistema crítico adquire um valor artístico. Falar não de valores, mas de estruturas harmônicas da estética moderna e da realidade da arte. O intelectual e artístico transformado pela imaginação autêntica. A crítica recua na medida em que não identifica a personalidade artística. Renuncia o objetivismo. Interpreta e compreende a mentalidade do pintor, o processo criador, a imaginação de idéias e a experiência da técnica, que reconstitui a unidade que é forma e conteúdo. É livre a imaginação, a aceitação de conceitos ideológicos, justificando a arte mas não identificando-a. O espírito pode preserva-la?
A liberdade da imaginação não limita, impulsiona o processo criador, ressaltando a personalidade aos limites da obra realizada, e sua temática expressa o sentimento contemporâneo, o ideal liberto, manifestado ao contraste de seu criador.

O pensamento estético e o Belo

Estudos de conceitos estéticos, recém chegados do pensamento contemporâneo, é especulado em sua natureza ativista, em meados do século 18. Os momentos temporais se entrelaçam culturalmente quando analisamos formalmente a arte e sua temática estética. O significado diversificado deste critério revela que a ética formulada pela estética temporal, é uma articulação à temporal. Revisada, a estética prática amplia seu campo, sua análise formal, ao conceito suposto e prático, ao repúdio doutrinário, flagrando uma atividade histérica ao comportamento humano, e um bloqueio ao talento artístico. Atualmente, o romantismo desvia sua raiz do pensamento contemporâneo. A história é indispensável ao contemporâneo, e a concepção dos relatos históricos é válida, não metódica. Confrontamos as atitudes imediatistas das tradições artísticas, transparecemos situações reais e contemporâneas.
As configurações, dos movimentos estéticos da arte clássica e antiga devem ser questionados. A atividade clássica, a seletividade de interpretações paralelas do renascimento, volta os nossos olhos ao descobrimento da estética romana, da posição grotesca bizantina e a cristã. O gótico classista do mestre Villard de Honnecourt, revela uma caligrafia artística de estudos em manuscritos, dando um certo equilíbrio a estética linear. A escultura de Di Duccio (1418/1481), neo-ática em sua natureza, nos é clássica quando a observamos. Diferente de G. Romano das épocas Rafaelescas e do sábio mestre Miguelangelo.
A escola Pérgamo, da França do século 17, Trajano e seus originais de 1880, e La Conte que tinha na linguagem de Plínio seu prediletismo. Eugine e seus mármores, não adquiridos pelo Museu Britânico, é uma mostra da clássica Grécia. O antigo é acadêmico e contemporâneo, perante a natureza do belo. Escreve Drydey em 1716 : “ A nossa tarefa é imitar as tarefas da natureza como os antigos o fizeram, consoante o que de nos requer em o objeto e a natureza da coisa...” Ou que – “A perfeição final de toda arte é reproduzir, não o que vemos, pois pode haver imperfeições, mas a natureza idealmente bela, como princípio de beleza presente”.Como disse o ensaísta neo-clássico Francês, Quatremere de Quincy: Ampliam-se os horizontes artísticos no século 20, estimulados por manifestações que rejeitam o classicismo, inovadas por Picasso, Moore e Giacometi.

Revisando o Processo

A expressão atual da arte, categórica e auto expressiva, original e criadora, imaginária e ficcionista, tende a expandir a experiência estética. Horizontes recuam buscando revisar a concepção antecedente de conceitos estéticos de idéias e compreensão da arte. Evoluímos em teorias mas esquecemos que “ut pictura poesis”, uma pintura é poesia. Manipula-se o realismo na arte crítica das estéticas antigas, em nada evidenciado . O material lingüístico de harmonia, composição e proporção, a discursando as técnicas, as semelhanças de estilos, expressam uma arte duvidosa. O conceito deve clarear o pensamento e o estudo histórico tomar a dianteira do contemporâneo.
Três categorias expressam as convenções sociais, pelos modos e maneiras pessoais que verificam arte e artistas. Cada um associado a teoria e a crítica, interagindo em paralelo e até sem uma conseqüência formal. Pragmaticamente, como origem, há influência nas teorias instrumentais da arte de uma forma prática, servindo-nos com diferentes estágios. A história enquadra a arte como um ofício manual e os objetos como criações humanas. O próprio termo “Belas Artes” era servido em pratos de atitudes estéticas, sem a composição das teorias dos escritos filosóficos como um contexto grego de arte abrangente, mas não fundamentada.
A validade social da arte como instrumento educacional, tem seduzido e vinculado a moral e a crença, como um ritual notável dos teoristas. Justificam, condenam seus efeitos educativos, controlam o que notam no comportamento humano. No modernismo das teorias Marxistas e as de Tolstoi pelos interessantes efeitos sociais, e não pela sua estética, é a base dos parâmetros a serem analisados pelo nosso interesse intelectual. Teorias nascem para as artes e a expressão emocional, comunicando sentimentos e expandindo experiências. Os objetos artísticos em avalia promovem estes propósitos, assim como os critérios pragmáticos aos modos românticos conduzem as teorias da arte a sua origem.

Representação Formal e Instrumental

A obra é um reflexo da realidade, representando no sentido teórico uma arte por si mesma, ou seja, naturalista, na qual um interesse instrumental não implica. As cópias artísticas nos recordam a experimentação de frações da realidade. Experimentamos a atitude naturalista do espírito, desviando a atenção do objeto ou da arte representativa. Como meta artística, o naturalismo foi relativo ao orientalismo da arte chinesa. A capacidade de persuasão perante a realidade pintada é irreal e associada à habilidade e o critério de valor é ainda melhor que a persuasão.
Teorias formais da arte, expressam a crença, comum ao meio e a experiência estética ou contemplativa, tida como liberal mas não cultivada no século 18, presumindo que a percepção, não justifica a natureza instrumental, mas sim uma intensificação momentânea e consciente.
O exercício da sensibilidade ampliada, assume uma atitude estética, relativo ao meio contemporâneo em expansão, perante uma sensibilidade madura, criando por si própria, os valores da estética. O formalismo da propriedade e significado estético ou da “gestalt” do material perceptivo, interessam a contemplação estética formalista, cognominada orgânica, sutil e complexa, emergente a reação hierárquica presente, sustentando a contemplação da estética formal. Latente e inconsciente na antiguidade e renascença, as qualidades formais eram relativas as suas utilidades práticas e a mágica que concerne naturalmente essa prática. Como interesse pragmático, a arte aprimorada e manufaturada, merece uma experiência doutrinária , no que se refere a linha de tempo do artista, no que ao domínio da arte e aos estudos da estética.
“Tudo leva a crer que existe um certo ponto do espírito de onde a vida e a morte, o real e o imaginário, o passado e o futuro, o comunicável e o incomunicável, o alto e o baixo, cessam de ser vislumbrados contraditoriamente”. André Breton- 1930 2o Manifesto do surrealismo


plano do espírito mágico
plano da inteligência pura relação originaria realista
plano da intuição poética

Aleph (alfabeto hebreu) lugar de conhecimento total (cabala) – Jorge Luis Borges
Omega (alfabeto grego) lugar privilegiado - Padre Teilhard de Chardin

Aleph [{(a/b)2}3] 4 dimensão (tessaract) A . ----------- . B ( no. de pontos infinitos )
Aleph . ( Z) = Aleph
(Aleph) aleph
(aleph x Aleph)
0 aleph ( n. De pontos/b) vol. aleph
1 Aleph ( n. de curvas possível no espaço)

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