A lição de Zhafir








A LIÇÃO DE ZHAFIR

De tempos em tempos, os homens desciam das mais longínquas montanhas e se reuniam naquele platô, da mais alta montanha da cordilheira . Sempre em círculo, aquecidos pela fogueira ao centro, sentavam em pedras para contar suas histórias. Em volta deste círculo, alguns homens e mulheres se reuniam para ouvi-los. No círculo interno os mestres, e no externo os iniciados. Sempre que desejavam a sabedoria e conselhos para a sobrevivência naqueles picos gelados, entoavam grandes cornetas , e , por fim, os mestres desciam.
Iniciavam um grande ritual, fumando um enorme cachimbo indígena repleto de ervas sagradas, trazidas dos Alpes Longínquos. Um deles se destacava, era o mestre Zafhir, o mais velho e, cuja barba, ultrapassava a cintura, tornando-se ponte-aguda. Durante anos, Zafhir se tornou um eremita e privando-se, de todos os privilégios da vila, e ficando recluso em uma caverna nos Alpes Longínquos. Zafhir havia se tornado mestre na arte dos dados místicos, um jogo de adivinhos que posicionava poder e mente num patamar de igualdade com os planetas. Os dados seguiam regras simples , mas ao mesmo tempo complexas, com regras hierárquicas e repletas de simbolismos. Nas reuniões ele era o mais requisitado, e posicionava os dados para todos , inclusive para os iniciados do círculo externo.
Num certo dia, uma mulher um pouco estranha, veio falar com Zafhir, pois sabia que ele se encontrava na Vila do Alpes para a reunião anual dos mestres. Trazia um cajado e andava um pouco curvada, mas não tinha a aparência envelhecida, porém, suas unhas eram grandes e pareciam garras. Sua fronte branca, alva como o gelo, lhe davam uma aparência tétrica e medonha. Marcaram um encontro e Zafhir postou-lhe os dados: - “3 ondas e quatro pontos”
Disse Zafhir. –“O que significa?” Perguntou a mulher. “ Você terá que enfrentar grandes desafios para poder superar todos os obstáculos da sua iniciação , e romper as barreiras do tempo para a eternidade. Vou lhe dar esse saco com o pó mágico das estrelas, e sempre que um obstáculo cruzar o seu caminho, jogue um punhado deste pó , e ele se dissipará. A mulher seguiu seu caminho e foi procurar sua iniciação nos Alpes Longínquos, onde todos se preparavam para seguir o caminho. Durante muitos anos nunca mais se ouviu falar da mulher , mas Zafhir manteve sua curiosidade pela mulher de unhas grandes, e pela sua iniciação. A cada ano que Zafhir descia dos Alpes Longínquos, sempre perguntava sobre a estranha mulher. Num belo dia do solstício de Verão, várias Ninfas desciam do vale para um ritual sagrado da linha zodiacal de “Zgbar”, quando uma das mais belas ninfas, veio falar com Zhafir. –“ Soube que andas me procurando , mestre ?”- Perguntou a donzela. “- Quem tu és, nobre donzela?” –“Sou aquela que partiu, e levou o seu pó mágico , que abriu todas as minhas portas, e dissipou todos os obstáculos.” Disse ao mestre. “- Como estás bela, mas, aquele pó era apenas poeira, e nenhum poder exercia sobre as coisas, a não ser a tua vontade, pois, não há barreiras que o homem não passe, não há infinitos que não busque, e não são glórias que fazem mais homens os que por fim, barreiras foram transpostas e infinitos passaram, o se “desperto”, aquele que crê em sua revolução absoluta, não vê barreiras nem infinitos, e nenhum sentido vê na forma humana em condição humana. Semeando a paz e o amor ao próximo, renascerá como um grão de areia , perdido em uma praia inteira, para que o mar te leve, seja lá aonde for, sempre com muito , com muito amor, por isto sou um passarinho , um peixinho, um grão de areia, um ponto infinito decimal, que faz parte de todo o universo e conspira contra ele.”.... E da palavra, fez-se a vida ! Marcel céu – 6//9/06

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SHOW DE BOLA QUE BELA LIÇÃO !!!

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